segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vamos falar de um tema controverso

    A visão dos imigrantes fugindo de suas pátrias por total impossibilidade de viver nelas tem cortado o coração de muita gente. Ver aquele amontoado de pessoas num barco inflável ou em barcos a motor que não oferecem a menor segurança, é terrível. Ver crianças como o menino Aylan Shenu, o rosto intacto debruçado entre os seixos da praia,  morto pelo mar que que se negou a acolhê-lo em vida, é cruel. Países de todo o mundo perguntam o que fazer diante de tanta tragédia: recebê-los ou  repudiá-los? Dar-lhes um novo lar para serem mortos nas ruas, talvez a caminho  de um trabalho a duras penas conseguido? A sorte dos fugitivos é um enigma. Escaparam da morte, mas ainda têm sobre suas cabeças milhares de espadas.
  A solução não me parece que seja essa: acolher estrangeiros numa Europa que já não tem terras disponíveis nem cidades desabitadas,  é inviável. O mais justo, e humano, seria se investirem verbas que estão saindo pelo ladrão nos governos de todo o mundo, exigir a renúncia dos governantes dos países ditatoriais e criar uma área nas próprias terras dos refugiados para eles permanecerem em segurança e com a dignidade intacta. Ficar nos seus próprios países é o que todos desejam. Tanto que quando os sobreviventes chegam às fronteiras ficam ali por perto, tentando sentir o cheiro de suas terras trazido pelo vento.
 Vi, no  Fantástico de 13 de setembro p. passado, uma família de quatro pessoas, um casal e dois filhos pequenos, receberem generosamente 10 refugiados em casa deles. Isso não pode dar certo. É comida demais que se precisa. É água demais para ser usada. Esgoto demais para receber tanto detrito. Confusão demais dentro de casa, o que me parece que só pode ser uma situação provisória. Por mais generosidade que exista no coração das famílias que os acolhe, o que se fará depois? Mandá-los de volta ao inferno de onde vieram, sem que nada se tenha feito para garantir segurança ao retorno desses povos? Jamais vou esquecer aquela repórter chamada Petra Laszlo que foi fotografar a entrada dos refugiados sírios na Hungria. Petra deveria restringir-se a registrar imagens dos refugiados, mas, tomada por uma incontida xenofobia, começou a derrubar com as pernas uma criança que veio correndo em sua direção e, depois, derrubou um pai que corria segurando a mão do filho. Outro dia matavam um imigrante numa cidade, com álcool e fósforo.  É isso o que os países vão fazer com os refugiados? Matá-los de outro modo? Humilhá-los como fez dona Petra? É o destino desse povo que preocupa os que têm realmente compaixão pelos seres humanos, mas que, infelizmente, nada podem fazer por eles. Quem pode são os governos, os Estados Unidos que despenderam tanto dinheiro em guerras que não eram suas, com o a do Iraque, do Vietnam e a do Golfo, e tantas outras mais.  Dessa vez,  na terra dos refugiados não tem nada que possa lhes interessar... As nações ricas não gostam da pobreza. E não estão nem aí...
                                 H.C               

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