terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ontem foi o dia do meu aniversário. Esperei que o relógio batesse meia noite e agradeci ao  meu Criador tudo de bom, de sofrido, de positivo e de negativo que me sucedeu até essa data. De tudo, o que me restou foi uma sensação de paz e de felicidade, talvez porque quando meus navios afundaram e vim nadando pelas praias da vida, verifiquei que só tinha um caminho a seguir. Ser feliz porque estava livre. Hoje vivo cercada de música, de flores, de bentevis. As pessoas que travaram meu caminho ficaram para trás e experimento uma liberdade que nunca havia conhecido antes. A toda hora me maravilho com o que a vida me oferece. Os livros que me ensinam a buscar a espiritualidade que condiz com minha alma. As aulas de inglês de todos os dias, o livro de italiano que chegou e espera uma oportunidade. Os amigos que me desejaram, mesmo sem se conhecerem, os mesmos votos de paz, alegria, e concretização dos meus desejos. Como se houvessem previamente combinado. Em uníssono a vida apresentou-se dadivosa. Foi tão bom viver aquele dia, gente ligando do Rio para dizer que me amava e que sentia minha falta. Foi como um dia de cinderela, terminou tarde da noite, ainda com um convite para jantar. Eu me sentia cansada, mas não pude recusar o convite.
 O dia seguinte foi o avesso. Amanheci sem meu sapatinho de cristal, perdido nos degraus do palácio do príncipe inexistente. Começou a labuta da casa, uma lassidão no corpo, mas em meio disso tudo ficou um desejo de que esse 15 de fevereiro permanecesse vivo em minha memória. Estar aqui, neste planeta, é um privilégio, participando de uma ebulição social, econômica e mística que resultará em alguma coisa boa. Pois até as guerras deixam seus benefícios. Sinto-me honrada em estar presente.

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